Como é que cheguei ao interesse pela leitura da colecção Prémio Nobel editada para o Diário de Notícias e vendida, aqui há uns anos, com o mesmo jornal? Afinal tinha-a comprado fielmente; encheu uma prateleira da estante e, por falta de tempo, nunca a tinha lido.Tudo começou com a leitura de América, América do Jorge de Sena, editado pela Guimarães, nas suas Obras Completas. Queria conhecer o seu "testemunho pessoal sobre viver nos Estados Unidos da América", "sobre a cultura norte-americana", a sua História, os estudos de Português na América e tudo o mais de que é composto este livro.
A leitura deste levou-me a interessar-me por outro livro: a américa e os americanos e outros textos de John Steinbeck, da editora Livros do Brasil, publicado para comemorar o centésimo aniversário do nascimento do autor. Gostei muito do livro, mas não era já a escrita dos romances de Steinbeck! Claro está que os textos são uns ao estilo da crónica, outros autobiográficos, com muito interesse, com uma escrita escorreita, mas que não lembravam a paixão com que eu tinha lido as obras fundamentais do autor: As Vinhas da Ira e A Leste do Paraíso. Ao arrumar o livro encontrei o título: A Um Deus Desconhecido do Steinbeck, na colecção Prémio Nobel do DN, porque o autor recebeu o prémio em 1962. Continuei com a leitura deste livro, até porque não o conhecia, que me encantou logo pelo poema que abre o romance e que dá o título ao livro. Assim despertei para esta colecção.
Voltei depois à Maria Ondina Braga e ao seu livro: Mulheres Escritoras, porque vi que no meio de tantos escritores Prémio Nobel quase não se viam mulheres! Li com curiosidade como leio sempre as biografias das autoras já de mim conhecidas.
Procurei e encontrei a Selma Lagerlof na dita colecção com O Livro das Lendas. Esta romancista sueca foi prémio Nobel em 1909, nasceu em 1858 e faleceu em 1940.
Curiosamente, tal como Alice Munro, escritora canadiana, que esta semana ganhou o prémio Nobel da Literatura, também Selma escreveu contos. Fui procurar mais livros de Selma na FNAC e só encontrei O Imperador de Portugal, na colecção: Clássicos da Literatura Contemporânea, da Ulisseia. Lindo e trágico mas que nos faz recuperar o encantamento da leitura.
Outra escritora, mas norueguesa, que foi Prémio Nobel da Literatura em 1928 e está presente na colecção do DN, é Sigrid Undset. Li com espanto esta escrita tão desassombrada e tão bela, que nos mostra a força de uma mulher que dá o seu nome ao título: Vigdis, a Indomável. A sua "obra reflecte experiências autobiográficas centradas na problemática feminina contemporânea," assim como romances históricos onde ressalta a contradição entre o amor divino e o amor humano. Escreve também sobre as suas convicções religiosas. Confesso que gostava de possuir a sua obra completa.
Como já se faz tarde continuo amanhã a dar-vos conta de como tem sido uma surpresa para mim esta colecção de livros do DN. Agora que a crise está instalada, volto às minhas estantes para ler com prazer estas autoras e autores magníficos.
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