Se recorrermos a outra enciclopédia já encontramos, um pouco mais explanado, este termo da filosofia. Vejamos então: estoicismo, nm Filosofia. Escola filosófica greco-romana, de influência decisiva na patrística, na escolástica árabe e latina e no Renascimento. De modo geral, podem distinguir-se nela três períodos: estoicismo antigo, fundado por Zenão de Cítio (cerca de 300 a. C.) e dominado por problemas de natureza física, lógica e ética; estoicismo médio, de que foram figuras máximas Panécio de Rodes e Possidónio de Apamea, com afinidades platónico-cépticas, orientado especialmente para a problemática humana, e cuja influência se fará sentir no mundo romano; estoicismo novo, de feição ético-religiosa e que se estende ao longo da época imperial, tendo como principais representantes Séneca, Epicteto e Marco Aurélio. Abstraindo das diferenças consideráveis existentes nos diversos períodos e nas principais figuras, é possível encontrar traços comuns que caracterizam a escola. (...) O estoicismo parte de um monismo tendencialmente materialista e panteísta. O ideal do estoicismo não consiste no prazer mas no exercício da virtude, consistindo esta em viver de acordo com a razão cósmica que tudo governa. A felicidade estóica reside na aceitação do destino e no combate às paixões.
In: A Enciclopédia, PÚBLICO, Editorial Verbo, Lisboa, 2004, Vol. nº 8, pp. 3405.
Temos então que Epicteto pertenceu ao estoicismo novo, de feição ético-religiosa. Ao consultarmos a história da filosofia (1) (que nos serviu de guia nos três anos de estudo desta disciplina), verificamos que Epicteto viveu no século I e II d. C.( 50-125). Das leituras que fiz, encontrei várias datas para o nascimento e morte deste filósofo, por isso, não pude verificar com inteira precisão. Sendo esta a data escolhida como mais fidedigna, verificamos que o estoicismo romano tem como filósofos, neste período, Séneca que viveu de 4-65 d. C. (foi professor de Nero) e Epicteto. No que se refere a acontecimentos políticos viveu-se a dinastia dos Flávios. Tito (79-81), Domiciano (81-96). Segue-se a dinastia dos Antoninos: Nerva (96-98) Trajano (98-117). Os acontecimentos culturais mais relevantes são: Morte de Cristo (28) Conversão de S. Paulo (30), a erupção do Vesúvio e a destruição de Pompeia (79) e a conclusão do Coliseu (82).
No século II d. C. temos como filósofo mais relevante Marco Aurélio, que viveu de 121-180. Os acontecimentos políticos dão-se com a vigência do poder de Adriano (117-138) Antonino (138-161) e de Marco Aurélio (161-180), aquele que deixou os seus Pensamentos estóicos para todos nós e, por isso, vive sempre no nosso coração. Outros acontecimentos culturais deram-se com Ptolomeu; Galeno; Apuleio; Suetónio e Luciano. Podemos, por estas figuras extraordinárias que viveram nesta época, constatar como foi rico de cultura este período do estoicismo romano.
(1) Cordon, Juan Manuel Navarro,Tomás Calvo Martinez, História da Filosofia, os filósofos e os textos, 1º volume, Dos pré-socráticos à Idade Média, Edições 70, 1985, pp.14.
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