sábado, 12 de julho de 2014

Tanta Luz!

Tanta luz, tanta luz, que o dia de sol de Verão nos oferece com tanto carinho! Não há luz como a de Lisboa, não há! Olhai o azul do céu como é belo e intenso de tão afirmativo. Não me canso de olhar o céu da minha janela. Brilha como nenhum e a sua luz não tem igual. Já viajei por meio mundo e não conheço luz como esta  de Lisboa. As árvores estremecem com os zéfiros que as embalam e lhes sussurram cantigas de encantar nesta hora da sesta. A minha avenida está mais vazia. Os carros foram passear, levar os meninos e os pais à praia, ao mercado, sabe-se lá! É bom ver os estacionamentos mais livres e sós. Eu gosto de olhar o comprimento da avenida vazia de carros. Alguns estão estacionados e sós. Não se queixam do calor nem de estar sós. Eu estou sempre só. Gosto de estar só. Nunca me aborreço. Lembro o verão da minha infância. Cada verão de encantamento! Como foi feliz na minha infância! Como eu adorava o verão! Nunca estava só. Ninguém me deixava sozinha. Éramos tantos meninos e meninas! Juntavamo-nos a brincar na areia da praia e a nadar no mar. Eram tantos os sorrisos quando se molhavam uns aos outros. Alegria  desmedida que ecoa nas tardes sós do meu verão actual. Gosto de saber que os jovens se divertem nestes dias de verão. O verão da minha infância é eterno para mim. Cada verão era tão contente como eu era contente no verão! Tudo que fui passou para todos. Para mim não. O meu verão da infância vive comigo intacto. Só comigo. Por isso estou só mas nunca estou sozinha. O meu verão tinha nove meses. A mãe levava-nos à praia todo o mês de Março. A comida vinha do hotel para toda a família porque a mãe ia connosco para a praia. Que liberdade! Que boa era a inocência! As avenidas no verão ficam mais sós. São as férias dos meninos e das mães. Verão eterno da minha infância, olhai como é longa a avenida, vamos à praia? Eu gosto de estar só. Nunca estou sozinha.