BUENOS DIAS
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O' domador del Python, ó famoso
Auriga, más felice, que Phaetonte
No tan a prissa al cielo se remonte
El ímpetu del carro luminoso.
Duerme el mayor varon: el perezoso
Sosiego lhega al metrico horizonte
Calle el relincho pues Pyroes, y Ethonte
No profane las aras del reposo.
Mas si la obligación de dar al dia,
La fatigada luz, del triste Herebo
Romper el negro baratro profundo.
Ceda Apolo en la aurifera porfia,
Dese la rienda de Ericeira al Febo,
Para girar los ambitos del Mundo.
SEGUNDA PARTE
SONETO DE CAMOENS
Doces lembranças da passada gloria,
Que me tirou Fortuna roubadora,
Deixay-me descançar em paz hûa hora;
Que comigo ganhais pouca victoria
Impresso tenho n'lma larga hystoria
Desse passado bem, que nunca fora,
Ou fora, & não passara, mas jà agora
Em mim não pode haver mais que a memoria,
Vivo em lembranças, morro de esquecido
De quem sempre devera ser lembrado,
Se lhe lembrara estado tão contente.
O' quem tornar poderá a ser nascido!
Soubera-me lograr do bem passado,
Se conhecer soubera o mal presente.
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Termino esta antologia de poemas com a ilustração do tempo nas Rimas de Francisco de Pina de Mello. Da segunda parte e como remate do trabalho, um soneto a Camões, "príncipe dos poetas". Sem ele, possivelmente, não teriam existido muitos dos nossos Poetas. O seu nome brilhava no emblema da Academia dos Singulares, quase no cume da pirâmide que começava com Homero, Aristóteles, Vergílio, Ovídeo, Horácio, Camões, Garcilaso, Góngora e Lope. "«Os nove heróis da poesia, os nove príncipes do Parnaso» juntos no Templo da Fama." Esta Academia e a dos Generosos, deram o contributo que a todos permitiu a criatividade e singularidade da linguagem da poesia barroca.
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(continua) pp.47
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(continua) pp.47