sexta-feira, 12 de abril de 2013

«O Tempo, protagonista da Poesia Barroca»

XI - "Na terra a Deusa Flora debuxava" - personificação da deusa que esboçava, delineava, retratava e pintava a natureza, (similitude com o poeta e a poesia) "sentada em verde estrado, subtilmente" - metáfora da relva verde.
A Primavera, Deusa Flora, que igualava, senão vencia, o "Orbe transparente" - metáfora da terra coberta de neve pelo Inverno. "E nas flores da terra" imitava "as estrelas do Céu resplandecente" (adjectivação), "Com tal arte, e primor, tal galhardia/ que a terra novo Céu parecia."

XII - "Para o rico bordado se servia" - metáfora da terra a cobrir-se de flores e frutos ao desabrochar da Primavera. "da seda que lhe oferecem lindas flores"- metáfora adjectivada e personificada, da textura finíssima (da pele) das finas flores, filamento que sustenta as briófitas, e aparece no invólucro das gramínias, (botânica), e da comparação do Seu trabalho com o do bicho-da-seda que vive a metamorfose. Do Inverno faz nascer a Primavera. Com a mão direita engenhosa (por analogia: a mão do poeta que, escreve com engenho) vestia o campo "Cortando-lhe vestidos de mil cores" - hipérbole -, "Engastando por pedras preciosas" - metáfora adjectivada das "lágrimas lustrosas" da "Aurora" - personificação - (deusa cujos dedos róseos abrem as portas do céu ao carro do Sol), que ao fazer nascer o dia se separa dos braços de Morfeu.

XXIII - "Nesta, pois, Estação deliciosa" (...) "Quando a Estação do Inverno rigorosa/ Lhe roubou triste, lhe furtou severa :/ Neste tempo, em que a terra mais formosa" - personificações adjectivadas; "Traja galas de linda Primavera" - metáfora, traja vestidos ricos e belos, seguida da personificação adjectivada da Primavera. "Quis Apolo se abrisse a Academia". Num tempo, a primavera, em que tudo resplandece, quando o Sol se aproxima do zénite, Apolo, Deus da música e da poesia, da adivinhação, quis que se desse oportunidade aos poetas de expressar o seu sentir e mestria, ao abrir a Academia.
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(continua) pp. 24/25  

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