Carta 6
A' Mademoiselle de M. a respeito do Amor do Proximo
(...)
"Diz Simplício, Idolatra (...) que todo o homem honrado deve fazer bem a todo o mundo. Ensina Marco Antonino que a naturesa humana pretende de nós que tenhamos cuidado de todos os homens. (...) Diz Quintiliasno na Declam. V, que nós assistamos huns aos outros, e que por estes mutuos socorros cuide cada hum em aliviar ao proximo na desgraça que teme em si mesmo. (:::) Na miseria alheya cada hum se compadece de si mesmo. «Homo Qui in homini calamitoso est misericors meminit sui.» (...)
Pelo que respeita ao Amor do Proximo, estay certa em que todas as seytas dos Philosophos se unirão sobre este artigo. (...) Acabarey disendo que o Divino ou o Diabolico Platão, meteo entre as principais perfeiçoens a de amar o Proximo, e esta opinião lhe era commua com todos os Philosophos Ambulantes e Peripatheticos."
Vienna de Austria 30 de Abril de 1737
(Carta XXXIV, Tomo II, pp. 183/4/5/6)
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Recorre aos exemplos dos escritos de diversos autores clássicos para fundamentar as suas ideias sobre o bem que devemos ao próximo. Todos os filósofos foram unânimes quanto a esta questão. Apesar de classificar Platão de "Diabólico", reconhece que ele mesmo o defendeu entre as principais perfeições.
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