sábado, 12 de maio de 2012

O Contributo da Família dos Sás para o Portugal da Idade Moderna

INTRODUÇÃO

Na "BULA ROMANUS PONTIFEX", de 8 de Janeiro de 1455, o Papa Nicolau V, falecido a 24 de Março de 1455, declarava "que as terras e mares já conquistados ou a conquistar, possuídos ou a possuir," pertenceriam "para o futuro, e perpetuamente, aos reis de Portugal, como propriedade exclusiva." Continuava-se, com o patrocínio papal, a grande gesta dos descobrimentos que deixariam na História Universal a marca indelével de um povo heróico - O Povo Português. Esta Bula era considerada "um instrumento jurídico de direito internacional," que estabelecia, "em plena luz, a cruzada e a  espiritualidade dos descobrimentos henriquinos, «usque ad Indos» (1)
A Escola de Sagres saia vitoriosa e quando D. Afonso V, O Africano, atingiu a maioridade em 1446, já os seus navegadores tinham descoberto Bijagós, na costa da Guiné. Para isso tinham contribuído as técnicas de construção de caravelas, de cartografia, de sistema de ventos e correntes e muitos segredos de navegação que possuíram antes de outros povos, os estudiosos da Escola do Infante D. Henrique.
Em 1474 o príncipe herdeiro, D. João, encarregou-se de dirigir a política Atlântica, e, quando o pai partiu para França em busca de socorro para a sua política contra Castela, D. João ficou como regente do Reino. Seria um político que continuaria a obra dos descobrimentos. Todas as pesquisas foram incentivadas. "O Príncipe Perfeito" iria ser o obreiro de quase todos os preparativos para a descoberta do caminho marítimo para a Índia e para o Brasil. A sua política da divisão dos mares e o célebre Tratado de Tordesilhas foi que permitiu a Portugal a posse do Brasil. Do "Mare Liberum" ir-se-ia passar ao "Mare Clausum."
Em 1481 chegavam a Marselha carregamentos de açúcar da Madeira. Nesse mesmo ano, morreu D. Afonso V. D. João II subiu ao trono e deu-se a descoberta do rio Zaire por Diogo Cão. Os reinos da Europa ouviam o rei de Portugal e admiravam a sua política de secretismo e decisão diplomática. Em 1485, D. João II fez um tratado de Aliança com Carlos VIII de França. E logo no ano seguinte, em 1486, deu-se a fundação da casa dos escravos, em Lisboa. Armadores, financeiros e comerciantes, estavam ligados a este trágico trato, que então não levantava questões éticas ou morais. Por esta mesma data, Cristovão Colombo transferiu-se para Espanha porque D. João II rejeitou os seus préstimos. Em 1492, Colombo descobriu a América, enviando índios aos reis católicos para provar as conquistas conseguidas. A captura de índios para vender na Europa, como escravos, tornava-se habitual e não chocava a sociedade.
Continuando a sua política diplomática, o rei fez confirmar e renovar o tratado de Windsor com a Inglaterra em 1489 e estreitou as relações com os reis católicos. Com a expulsão dos Judeus de Espanha, D. João II permitiu que entrassem em grande número em Portugal e o país tornou-se mais próspero. Em 1493, iniciaram-se as negociações sobre o domínio dos mares, que viriam a culminar em 1494 com o Tratado de Tordesilhas. Entretanto, D. João II faleceu, em 1495 e D. Manuel I foi aclamado rei, em Alcácer do Sal. Estavam lançadas as bases para que a viagem ao Brasil se realizasse. D. Manuel I continuou, no que se refere aos descobrimentos, a política grandiosa do seu antecessor e, em 1498, Duarte Pacheco Pereira foi encarregado de dirigir uma expedição secreta ao Brasil. Nesse mesmo ano a Rainha D. Leonor decidiu a criação das Misericórdias, que iriam ter, igualmente, um papel fundamental no Brasil. Ainda antes de 1500 publicou-se o Livro de Rotear do qual constavam todas as informações fornecidas por Vasco da Gama para bem conduzir uma frota. Nesta viagem, que marcaria uma nova etapa na História de Portugal, Pedro Álvares Cabral beneficiou da experiência dos navegadores que o antecederam, para comandar as 14 naus e uma caravela com que se fez às agruras do mar.
Reza a história que "a 21 de Abril...encontrou o Almirante indícios de terra próxima, que no dia seguinte se definiu. Avistaram ...um monte a que chamaram Monte Pascoal e uma linha escura que indicava o prolongamento da costa. A 23 chegaram à costa do rio Frade... velejaram e no dia seguinte encontraram um magnífico abrigo a que chamaram Porto Seguro. No dia 25 entraram nesta baía os navios maiores e no dia 26 foi celebrada missa. Pedro Álvares Cabral pensou que fosse uma grande ilha e deu-lhe o nome de Vera Cruz, mais tarde Cruz e ainda Santa Cruz." (2)
O nome Brasil, que depois prevaleceu, estaria ligado ao pau-Brasil que ali abundava e constituiu a primeira fonte de comércio utilizada pelos que demandavam aquelas paragens.
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(continua)        

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