terça-feira, 3 de janeiro de 2012

"A Nova História" (continuação)

Os gregos e os latinos, nossos primeiros mestres, eram povos historiógrafos.
Marc Bloch

Retomemos a 'máquina do tempo' e eis-nos na Grécia. Se para Homero a História era uma exposição dos feitos dos homens, das suas acções e por que razões entravam em guerra, para que estas não caíssem no esquecimento, uma lenda teocrática, assim como para Hesíodo, para Tucídides, historiador do séc. V a. C., esta já surge com um carácter científico, mesmo que ainda com elementos lendários. Este "Logógrafo", como era designado como anotador de narrativas que circulavam, já tinha a preocupação de as compor cronologicamente e de não se limitar ao simples relato dos factos, mas procurar explicação para os fenómenos observados, seleccionando-os em vista a transformar a História numa obra educativa. Para isso, aplicava um elevado espírito crítico àcerca dos seus estudos.
Seria Heródoto aquele que, por Tito Lívio, viria a ser intitulado: "o pai da História". Este já descrevia as acções humanas de forma a ficarem para as gerações seguintes, pois fazia-o devidamente fundamentado. Não se devia falar sem provas, dizia. Assim, considerava que o historiador devia partir em busca da verdade. Era já, não uma história lendária e mítica (em que os deuses intervinham sempre nos assuntos humanos), mas passava a ser uma História humanística da qual se poderia retirar lições moralistas. Os assuntos eram sempre localizados no passado e tinham, para Heródoto, algo de dramático e de poético.(Apesar do seu cuidado na recolha de informações, não era, penso, um verdadeiro historiador, porque acreditava no maravilhoso e no fantástico).

Sem comentários:

Enviar um comentário