terça-feira, 27 de março de 2012

As Sempre Vivas - Várias Histórias

Chamava-se Procópio José Gomes Valongo, tinha quarenta e dois anos, e passava o dia a copiar os estudos de um padre de Niterói, seu antigo colega de colégio. Porém, certo dia resolveu aceitar um lugar de enfermeiro para tratar de um coronel, apelidado de Felisberto, homem de muito poder e dinheiro, que vivia numa vila do interior.Tinha tão mau génio, que nenhum anterior enfermeiro o aguentava! Ele insultava-os de ladrões e dava-lhes vida de cão. Claro está que ao Procópio fez o mesmo. O prazer dele era humilhar, ofender e fazê-lo sofrer.
Batia-lhe com a bengala, e chamava-lhe quantos nomes feios havia na cartilha da má criação, um sem fim de injúrias que se tornavam o pão nosso de cada dia. Isolado do mundo com semelhante homem perverso, julgava ensandecer! Nem o jornal lia, calculem. Tornava-se, efectivamente, um homem diferente: Desejava vir embora para o Rio de Janeiro; não o podia mais aturar; fermentava em si o ódio e a aversão.

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