VI Conclusão
Ao concluir este meu trabalho, queria referir a dificuldade que tive em entrar em contacto com os jornalistas e colaboradores de jornais aos quais me dirigi. Ou se encontravam doentes, ou não presentes, que ficavam com o meu número de telefone e contactavam, mas tudo isso era em engano.
A realização das entrevistas, em si, foi difícil, porque improvisadas, e era a primeira vez que realizava este tipo de trabalho, mas este foi-me facilitado pela boa vontade manifestada pelas pessoas que mas concederam.
No Departamento de Comunicação Social da nossa Faculdade encontrei um bom acolhimento, que quero aqui registar, assim como na Biblioteca do Diário de Notícias.
Por tudo o que li e ouvi para realizar este trabalho, ficou em mim uma certa tristeza ao verificar que, realmente, o "Quarto Poder" ainda não é exercido em pleno em Portugal e refiro, a esse propósito, o que disse Silva e Costa, jornalista de Lisboa, no II Encontro Afro-Luso-Brasileiro de jornalismo: Estou convencido de que o jornalismo português, se passar a ser menos troca de favores - com maçons e cobertos, com os dirigentes partidários, com os responsáveis de movimentos e grupos de pressão ideológica e certos interesses económicos com os detentores de poderes nos média - e reduzir a sua carga de literariedade reforçará extraordinariamente o seu papel de comunicador de cultura. (pp.61)
Desejava manifestar a esperança de que "a verdade fosse o limite da liberdade do jornalista," uma vez que penso igualmente que "o destino da liberdade está intimamente ligado aos destinos da imprensa" e se "uma notícia não é um poema, um poema pode ser uma notícia. De uma nova escrita, ou de um tema novo".
Termino fazendo minhas as palavras de António Rangel Bandeira: "o jornalismo deve gritar para os espaços abertos do Universo exigindo um mundo que substitua o actual com a sua coorte de miséria, violência e cegueira. E gritar de tal modo e com tal intensidade, que o céu fique rubro de esperança."
Lisboa, Abril de 1989
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BIBLIOGRAFIA
K. AGGE, Varren e Traquina, Nelson, O Quarto Poder Frustrado
LAVOINNE, Yves, A Imprensa, Colecção Trimédia, Editora Vega
AUTORES VÁRIOS, Jornalismo e Literatura, Actas do II Encontro Luso-Afro- Brasileiro, Colecção Trimédia, Editora Vega, s. d.
RODRIGUES, Graça Almeida, Breve História da Censura Literária em Portugal, Biblioteca Breve, 1ª ed., 1980, ICALP.
LOPES, Óscar, Entre Fialho e Nemésio, Temas Portugueses, Editora INCM, 1987.
BARTHES, Roland, O Prazer do Texto, Colecção Signos, Edições 70, 1988.
DACOSTA, Fernando, "Os políticos utilizam o corpo como território para dominar os outros" in JL, 1984, nº 87, pp.11, de 3 a 12 de Março.
ESPERANÇA, Eduardo Jorge, "As vozes e os silêncios do 'Jornalismo Cultural'", in JL, nº 101, pp.4-5, de 12 a 18 de Junho de 1984.
SANTOS, Odete, "Ensinar Português na Escola de Hoje" in Diário de Notícias, pp.14, de 26 de Março de 1989.
Jornal Expresso.
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ANEXOS
Porque não me foi possível viver por dentro os jornais, uma vez que isso implicaria a minha permanência dia a dia numa empresa jornalística, esta foi a forma que encontrei de ver os jornais: de cima, ou seja, escolhendo, dos muitos que folhei, temas que de algum modo me tocaram. Essa escolha não foi totalmente arbitrária, pois ela está relacionada com o meu trabalho de texto e, ao mesmo tempo, com a minha disciplina de Introdução às Ciências da Cultura, e o Curso de Estudos Portugueses.
Procurei, com estas páginas de jornais, ilustrar o melhor possível toda a matéria que nos tem sido ministrada nas aulas.
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